Rute
Publicado em Quarta-feira,

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Uma Escolha em Meio à Dor
Rute era uma mulher moabita que vivia em um tempo de crise e perda. Ela se casa com um homem israelita que havia se mudado para Moabe com a família em busca de sustento. No entanto, tragédias sucessivas atingem aquela casa: o sogro de Rute morre, e logo depois, seu marido e cunhado também. Três mulheres — Noemi (sua sogra), Rute e Orfa (sua cunhada) — ficam viúvas, sem filhos e sem perspectivas. Quando Noemi decide voltar para Israel, ela libera as noras para seguirem suas vidas em Moabe, mas Rute faz uma escolha que mudará seu destino.
“O Teu Deus Será o Meu Deus”
Diante da insistência de Noemi para que fique, Rute responde com uma das declarações mais tocantes das Escrituras: “Para onde fores, irei; onde pousares, pousarei; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus.” Ela abre mão de sua terra, cultura e religião para seguir com Noemi rumo a Belém, confiando em um Deus que até então não era o seu. Essa decisão revela coragem, fidelidade e um coração que já começava a crer no Senhor de Israel.
De Volta à Terra Prometida
Ao chegarem a Belém, Noemi e Rute são recebidas com espanto. Noemi, amargurada, prefere ser chamada de “Mara”, pois sente que o Senhor a afligiu. Sem marido, sem filhos e sem bens, elas dependem da caridade alheia. Rute, então, sai para rebuscar espigas nos campos, uma prática permitida pela lei judaica para ajudar os pobres. Sem saber, ela vai parar justamente nos campos de Boaz, um parente próximo de Noemi, homem justo e respeitado.
O Encontro com Boaz
Boaz nota Rute entre os trabalhadores e se impressiona com sua dedicação e caráter. Ele já ouvira falar da fidelidade dela para com Noemi. Boaz ordena que deixem espigas propositalmente para que Rute possa recolher com dignidade, e oferece proteção e água. A gentileza dele é recebida com gratidão por Rute, que se prostra diante dele humildemente. Um laço começa a se formar ali, ainda que de forma sutil e respeitosa.
O Plano de Noemi e a Proposta Inusitada
Noemi percebe a bondade de Boaz e decide tomar uma atitude. Ela orienta Rute a ir até Boaz à noite, no campo, e deitar-se aos pés dele como um símbolo de pedido de resgate — uma tradição israelita que dava ao parente próximo o direito de casar com a viúva para preservar a linhagem da família. Boaz fica surpreso com a atitude de Rute, mas enxerga nela virtude e honra. Ele promete resolver a situação, mas há um parente ainda mais próximo que tem o primeiro direito de resgate.
A Redenção e o Casamento
Boaz age com justiça: conversa com o outro parente na presença dos anciãos da cidade. Quando o homem recusa o direito de resgatar a herança e casar-se com Rute, Boaz assume o compromisso. Ele casa-se com Rute diante de todos, e o povo o abençoa, desejando que a casa dele seja como a de Perez, filho de Judá. Deus honra essa união, e Rute engravida, dando à luz a Obede, pai de Jessé, que seria pai de Davi — o grande rei de Israel.
De Moabe ao Coração da História de Israel
A história de Rute é impressionante: uma estrangeira que, pela fé e lealdade, é inserida na linhagem do Messias. Ela é uma das poucas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus em Mateus 1. Rute, que começou como uma viúva estrangeira sem esperança, termina como símbolo de fé, graça e redenção. Seu testemunho atravessa séculos, mostrando que Deus honra aqueles que O buscam de coração.
Fidelidade que Gera Redenção
Rute nos ensina que fidelidade em meio à dor gera frutos eternos. Ela não apenas foi redimida — tornou-se instrumento da redenção. Em sua história vemos como Deus pode transformar perda em propósito, deserto em herança, e como até os forasteiros têm lugar no plano divino. Rute é uma estrela que brilha com humildade e coragem na história da salvação.