Armageddon
Publicado em Domingo,

ator: Bruce Willis, Ben Affleck, Liv Tyler, Billy Bob Thornton, Will Patton, Steve Buscemi, Owen Wilson, William Fichtner, Michael Clarke Duncan, Peter Stormare, Keith David, Jessica Steen, Jason Isaacs, Eddie Griffin, Udo Kier
O Início do Fim
Tudo começa no espaço. Um enxame de meteoros atinge o ônibus espacial Atlantis, destruindo-o completamente. É o prenúncio de algo muito maior. Pouco depois, a Terra é bombardeada por fragmentos em cidades como Nova York. A NASA entra em alerta total quando descobre que um asteroide do tamanho do Texas está em rota de colisão com o planeta. Se nada for feito, a humanidade será extinta em apenas 18 dias.
O Impossível Precisa Ser Feito
O diretor da NASA, Dan Truman, reúne a elite de cientistas para bolar um plano desesperado: perfurar o asteroide até o núcleo e detonar uma ogiva nuclear para desviar sua rota. Mas há um problema — perfurar rochas espaciais não é exatamente o ponto forte da NASA. É quando surge a ideia mais ousada do século: chamar os maiores perfuradores da Terra. E o nome que ecoa entre os técnicos é um só — Harry Stamper.
Harry Stamper, o Rei do Petróleo
Harry Stamper é um texano durão, dono da melhor equipe de perfuração de petróleo do mundo. Teimoso, sarcástico e com um senso de justiça nada convencional, ele comanda sua equipe como uma família. A proposta que recebe é absurda: ir ao espaço, pousar sobre o asteroide, perfurar 240 metros de profundidade e plantar uma bomba nuclear. Quando entende que a destruição da Terra está em jogo, Harry aceita — mas com uma condição: levar sua equipe.
A Equipe de Malucos
A NASA engole a seco, mas concorda. É assim que a equipe mais improvável da história espacial entra em cena: A.J. Frost, jovem rebelde e namorado da filha de Harry; Rockhound, um gênio lunático com problemas mentais; Bear, um brutamontes carismático; Max, o grandalhão com alma de criança; Chick, com um passado conturbado; e outros veteranos da plataforma de petróleo. Nenhum deles tem o perfil de astronauta — mas são os únicos capazes de perfurar aquela rocha.
Treinamento Fora do Comum
Começa o treinamento intensivo. A NASA tenta transformar aquele bando de encrenqueiros em astronautas em menos de duas semanas. A adaptação é hilária e desastrosa. Rockhound tenta escapar do confinamento, Bear desafia os instrutores, e Harry questiona cada etapa. Mas, aos poucos, eles vão se moldando à missão. Entre erros e acertos, forjam um vínculo com os astronautas verdadeiros e entendem a responsabilidade colossal que carregam.
O Amor em Meio ao Caos
Enquanto isso, a relação entre Harry e sua filha Grace é colocada à prova. Ela está apaixonada por A.J., o jovem impulsivo que Harry não aprova. As discussões entre pai e filha revelam feridas antigas, mas também um afeto profundo. Grace entende o risco que o pai corre. Harry, por sua vez, percebe que talvez A.J. tenha mais coragem e honra do que pensava. O amor, como o planeta, está à beira do colapso — mas também pronto para renascer.
O Lançamento
Dois ônibus espaciais são preparados: o Freedom e o Independence. Eles serão lançados juntos, com as duas metades da equipe divididas. A decolagem é espetacular, o momento mais cinematográfico possível. Pela primeira vez, os perfuradores sentem o peso da missão. Não há mais piadas — apenas a imensidão escura do espaço, e um asteroide vindo em alta velocidade para destruir tudo.
O Desastre na Órbita
Durante o voo, um campo de detritos inesperado atinge os ônibus. O Independence é atingido e cai na superfície do asteroide, aparentemente sem sobreviventes. O Freedom consegue pousar com dificuldade, mas está longe do ponto ideal para a perfuração. A margem de erro se esgota. A partir daqui, cada segundo importa. A missão, já difícil, agora beira o suicídio.
A Corrida Contra o Tempo
Harry lidera a perfuração com firmeza. Mesmo com falhas técnicas, baixa gravidade e falta de oxigênio, ele mantém a equipe focada. Mas a tensão explode quando Max morre em um acidente durante a perfuração. A perda afeta a todos, mas Harry não pode parar. Eles chegam a 150 metros, mas a broca quebra. A chance de sucesso desmorona — e a bomba nuclear não pode ser detonada sem atingir a profundidade mínima.
A Rebelião Contra o Comando
O controle da missão na Terra entra em pânico. O presidente dos EUA ordena a detonação imediata, mesmo sem a profundidade correta. Dan Truman tenta ganhar tempo, mas é ignorado. Os militares assumem o controle da bomba. Harry e seus homens se rebelam. A.J. e Bear tomam o controle manual e desativam a bomba com segundos restantes. Foi um ato de insubordinação — mas a única chance real de salvar o planeta.
A Última Tentativa
Com a broca de reserva, Harry e A.J. continuam a perfuração. O tempo está no fim. A Terra já começa a sentir os efeitos da aproximação do asteroide: terremotos, tsunamis, caos global. Eles chegam finalmente aos 244 metros. O planeta pode ser salvo — mas ainda falta acionar a bomba, e alguém precisa ficar para isso. O controle remoto da ogiva falha. Alguém terá que ativá-la manualmente.
O Sacrifício de Um Herói
Harry sorteia quem vai ficar — e o escolhido é A.J. O jovem tenta aceitar, mas Harry o arrasta de volta para o elevador de oxigênio e se despede com um abraço. "Você é como um filho para mim. Cuide da minha filha." Ele assume o lugar do rapaz. É o momento mais comovente do filme. Harry, que começou como um homem teimoso e bruto, mostra que é também um herói completo — e um pai de verdade.
A Bomba é Detonada
Enquanto A.J. retorna ao Freedom, Harry se comunica pela última vez com Grace. As palavras entre pai e filha selam a jornada emocional de ambos. Lágrimas escorrem no controle da missão. Com um último olhar para o céu, Harry aciona a bomba. A detonação parte o asteroide ao meio, desviando suas metades para longe da Terra. A explosão é vista do espaço como um espetáculo silencioso. O mundo é salvo. Harry Stamper, o homem que perfurava petróleo, se torna lenda.
O Retorno Triunfal
O Freedom retorna à Terra como o voo da vitória. Os sobreviventes são recebidos como heróis. A.J. é recebido por Grace com lágrimas e promessas de recomeço. Truman entrega a ele a medalha de honra de Harry. A equipe se reúne diante do memorial de Harry Stamper. A tragédia moldou um novo futuro. A humanidade se salvou, não por ciência ou força militar — mas por coragem, sacrifício e amor.
O Legado de Armageddon
“Armageddon” pode parecer um filme de ação e destruição em larga escala, mas no coração da trama está algo muito mais íntimo: o valor da vida humana, o peso do sacrifício e a beleza do improvável. Michael Bay dirigiu com sua habitual explosividade visual, mas o roteiro equilibra momentos intensos de drama, humor e heroísmo. O impacto emocional é reforçado por trilha sonora épica, com destaque para “I Don’t Want to Miss a Thing” do Aerosmith, que se tornou hino do filme.
Bruce Willis em Seu Auge
Bruce Willis entrega uma das performances mais icônicas de sua carreira. Seu Harry Stamper é um herói imperfeito, cheio de contradições, mas movido por um código moral poderoso. Sua relação com Grace é o fio emocional que costura toda a narrativa. Ele não é um astronauta. Não é um soldado. É apenas um homem comum, colocado diante de uma escolha impossível — e que, mesmo assim, a encara de frente.
A Equipe, o Coração do Filme
Ben Affleck como A.J. traz juventude, impulsividade e crescimento. Billy Bob Thornton, como Truman, representa a razão dentro do caos. Os coadjuvantes, como Steve Buscemi (Rockhound), Michael Clarke Duncan (Bear) e Will Patton (Chick), são carismáticos e dão profundidade à missão. O filme poderia ter sido apenas mais um espetáculo de efeitos — mas a química entre os personagens transforma tudo em algo memorável.
Ciência ou Ficção?
“Armageddon” foi alvo de críticas por sua abordagem exagerada e científica duvidosa — mas isso nunca foi o objetivo. É uma obra de ficção-catástrofe, feita para emocionar e inspirar. A suspensão de descrença é o ingresso necessário para essa montanha-russa espacial. E ela entrega o que promete: adrenalina, drama, ação e lágrimas. É o tipo de filme que você assiste com o coração na mão e sai acreditando que o improvável é possível.
Um Marco dos Anos 90
Lançado em 1998, “Armageddon” simboliza uma era do cinema blockbuster: efeitos práticos misturados com CGI, elenco estelar, música poderosa e narrativa de risco total. Ele se tornou um clássico moderno, amado por uma geração inteira que cresceu com cenas grandiosas, sacrifícios nobres e a certeza de que até perfuradores de petróleo podem salvar o mundo.