Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Publicado em Sabado,

ator: Letitia Wright, Angela Bassett, Danai Gurira, Winston Duke, Tenoch Huerta, Lupita Nyong’o, Dominique Thorne, Michaela Coel, Martin Freeman, Julia Louis-Dreyfus
Luto e Silêncio em Wakanda
O filme começa com uma atmosfera pesada e silenciosa. Shuri, a princesa de Wakanda, corre contra o tempo no laboratório do palácio, tentando recriar a erva-coração sintética. Seu irmão, o rei T’Challa, está gravemente doente. Não há ação, apenas tensão. Os olhos de Shuri revelam o desespero de uma mente brilhante que, pela primeira vez, não tem resposta. Ao lado dela, a rainha Ramonda enfrenta a dor com a dignidade de uma verdadeira monarca. Mas o tempo se esgota, e a tragédia se impõe: o Pantera Negra morre. O luto é imediato, um silêncio que reverbera não só entre os personagens, mas também entre o público, em respeito à memória de Chadwick Boseman.
A Majestade de Ramonda
Um ano depois, Wakanda continua sem um protetor. A rainha Ramonda lidera com força e elegância, mas o mundo exterior começa a pressionar. Durante uma reunião nas Nações Unidas, ela é confrontada com acusações de esconder vibranium e não compartilhá-lo. O vibranium é cobiçado por várias nações que tentam, em segredo, extrair o metal. Ramonda, no entanto, se antecipa: ela expõe uma tentativa frustrada de roubo numa base em Mali, revelando prisioneiros franceses diante de todos os diplomatas. A mensagem é clara: Wakanda está de luto, mas não está fraca.
O Mundo Descobre as Profundezas
Enquanto isso, os EUA descobrem vibranium no fundo do oceano. Uma jovem cientista chamada Riri Williams, estudante do MIT, desenvolveu uma máquina capaz de detectar o metal raro. Mas a expedição acaba sendo atacada por forças misteriosas. Os mergulhadores são assassinados por seres azuis, ágeis e violentos, que emergem das águas como espectros. O governo americano suspeita de Wakanda, mas há algo muito mais antigo e poderoso por trás desses ataques.
O Rei das Profundezas Surge
É então que conhecemos Namor, o rei de Talokan — uma civilização submarina poderosa, protegida por séculos sob o oceano. Namor surge diante de Ramonda e Shuri de forma inesperada, cruzando os limites de Wakanda com facilidade alarmante. Ele é direto: quer que Wakanda entregue a cientista responsável pela criação da máquina de detecção de vibranium. Ele vê a tecnologia como uma ameaça à existência de Talokan. Caso Wakanda não coopere, ele promete guerra. E Namor não é um homem de promessas vazias.
A Missão de Proteção
Shuri, acompanhada de Okoye, parte para os Estados Unidos para encontrar Riri Williams. A jovem prodígio é brilhante, destemida, e está longe de imaginar as consequências de sua invenção. No entanto, antes que possam retornar em segurança, as três são emboscadas pelas forças de Namor. Shuri tenta proteger Riri propondo-se como refém. Elas são levadas para Talokan, enquanto Okoye, derrotada em combate, retorna a Wakanda envergonhada.
O Reino Submerso
Nos recifes escondidos do fundo do mar, Shuri conhece Talokan — uma civilização tão avançada quanto Wakanda, protegida por sua própria cultura, fé e uma quantidade gigantesca de vibranium. Namor compartilha sua origem: ele nasceu do sofrimento do povo Maia, que fugiu da colonização espanhola através de uma planta vibranium-infundida. Sua mãe morreu em terra firme, e ao enterrá-la, Namor viu a destruição dos colonizadores. Ele jurou proteger seu povo, tornando-se um deus para eles. A empatia de Shuri cresce, mas o abismo entre seus mundos permanece.
A Decisão da Rainha
Em Wakanda, Ramonda enfrenta sua dor de forma cada vez mais intensa. Ela destitui Okoye do cargo de general da Dora Milaje, acusando-a de falhar na proteção de Shuri. É uma cena dura, amarga, carregada de emoção. Para resgatar a filha, Ramonda busca Nakia, que está vivendo no Haiti. Nakia, antiga espiã, aceita a missão e consegue infiltrar-se em Talokan. Ela resgata Shuri e Riri, mas a fuga desperta a fúria de Namor.
A Fúria de Namor
Namor cumpre sua ameaça. Ele invade Wakanda com uma força avassaladora. Os guerreiros azuis de Talokan atacam com ferocidade. A cidade é devastada, e a própria rainha Ramonda morre afogada ao salvar Riri. A morte da mãe leva Shuri ao limite. Agora ela entende a profundidade do luto que seu irmão enfrentou em silêncio. Mas, ao contrário dele, Shuri está consumida pela raiva.
A Nova Pantera
Shuri, usando os dados coletados da planta de Talokan, recria a erva-coração em laboratório. Ela bebe o líquido e entra no plano ancestral, esperando encontrar sua mãe. Mas quem surge é Killmonger. Ele a provoca, dizendo que só com raiva se pode mudar o mundo. Ela desperta com o traje do Pantera Negra e novos poderes, mas sua alma está dividida entre justiça e vingança. Os wakandanos a reconhecem como nova protetora, e a guerra se aproxima.
Estratégia e Batalha
A nova liderança de Shuri é tensa e direta. Ela traça um plano para atrair Namor ao deserto, longe da água — sua fonte de poder. Riri constrói uma armadura de combate. M’Baku e os Jabari se unem ao exército. A batalha final acontece em alto-mar, num navio especial com armadilhas vibranium. É uma guerra brutal, com perdas de ambos os lados. Shuri e Namor se enfrentam num duelo épico numa praia isolada. Ambos estão exaustos, feridos, mas determinados.
Vitória e Compaixão
No momento decisivo, Shuri tem a chance de matar Namor, mas hesita. Lembra-se das palavras de sua mãe. Lembra-se de T’Challa. Ela escolhe poupá-lo. Propõe paz entre Wakanda e Talokan. Namor, impressionado com sua honra, aceita. A guerra termina não com violência, mas com empatia. Wakanda continua forte, e Talokan permanece oculto, mas uma aliança silenciosa é formada.
O Legado de T’Challa
Shuri vai ao Haiti visitar Nakia. Lá, ela faz o ritual de luto pela mãe e pelo irmão. Queima suas vestes em uma fogueira à beira-mar. Finalmente, chora. É um momento de libertação emocional e espiritual. Nakia então revela um segredo: ela e T’Challa tiveram um filho. Ele se chama Toussaint, mas seu nome wakandano é... T’Challa. O legado continua. O futuro da nação está garantido.
O Impacto da Ausência
“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” não é apenas uma sequência. É um tributo. O peso da ausência de Chadwick Boseman permeia cada cena. A direção de Ryan Coogler é sensível e corajosa ao transformar a dor real em ficção. Wakanda não perde apenas um rei, mas um símbolo. O filme mergulha no luto com profundidade, sem pressa, permitindo que o público também processe a perda junto dos personagens.
Mulheres no Centro da Luta
É notável como as mulheres sustentam a narrativa. Shuri, Ramonda, Nakia, Okoye e Riri — todas têm arcos profundos e protagonismo pleno. Elas não são apenas coadjuvantes em uma guerra de heróis. São cientistas, estrategistas, guerreiras e líderes. Cada uma representa uma faceta da força wakandana: a tradição, a inovação, a compaixão e a fúria. Essa escolha narrativa reforça o legado do Pantera como símbolo de continuidade, não apenas de heroísmo físico.
Namor: Vilão ou Protetor?
Namor é um antagonista complexo. Ele não busca dominação global, mas proteção radical. A origem de Talokan é rica, com elementos históricos e místicos que o distanciam dos vilões típicos da Marvel. Sua conexão com as tradições mesoamericanas, o visual imponente e a ambiguidade moral o tornam um dos personagens mais interessantes do MCU. Sua ameaça é real, mas sua causa é compreensível. Ele não é apenas temido — é respeitado.
A Nova Era de Wakanda
Shuri como Pantera Negra representa mais do que uma sucessora. Ela é o elo entre tradição e ciência. Seu traje, mais tecnológico, sua luta interna, mais emocional, mostram que o Pantera pode mudar de rosto, mas manter a essência. Wakanda entra numa nova fase. Não mais isolada, mas atenta. Não mais protegida por um único herói, mas por um legado coletivo. A realeza se reconstrói, e o espírito do rei perdido continua a guiar seus passos.