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Simon Pegg

Publicado em Quinta-feira,

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Um comediante nascido para o absurdo

Simon John Beckingham nasceu em 14 de fevereiro de 1970, na cidade de Brockworth, em Gloucestershire, Inglaterra. Filho de uma funcionária de repartição pública e de um músico de jazz, desde cedo demonstrou uma mente inquieta e apaixonada pelas artes. Ainda adolescente, adotou o sobrenome "Pegg", do padrasto. Cresceu fascinado por filmes, quadrinhos e ficção científica, especialmente Star Wars, o que mais tarde influenciaria profundamente sua carreira. Mesmo antes de virar ator, Simon já sabia que queria contar histórias — e fazê-las com humor e coração.

Primeiros passos no mundo da comédia

Antes da fama, Simon Pegg trilhou um caminho sólido no circuito de comédia britânico. Estudou teatro e cinema na Universidade de Bristol, onde conheceu futuros colaboradores criativos. Iniciou sua carreira em programas de stand-up e esquetes para a televisão britânica. Um de seus primeiros grandes trabalhos foi no programa Big Train (1998), uma série de esquetes que testava os limites do humor britânico surrealista. Mas foi em 1999 que sua vida mudaria para sempre, com a criação de uma pequena série chamada Spaced.

Spaced: a série que mudou tudo

Spaced foi um marco na televisão britânica. Criada por Simon Pegg e Jessica Hynes, com direção de Edgar Wright, a série contava a história de dois jovens adultos fingindo serem um casal para conseguir alugar um apartamento. A premissa simples abria espaço para paródias de filmes, cultura nerd e referências pop em ritmo frenético. Simon interpretava Tim Bisley, um aspirante a artista obcecado por quadrinhos, videogames e Star Wars. A série virou cult instantaneamente. Foi também onde começou a parceria de ouro entre Pegg, Wright e o ator Nick Frost.

O nascimento da Trilogia do Cornetto

O sucesso de Spaced levou Simon Pegg e Edgar Wright a sonharem mais alto. Em 2004, lançaram Shaun of the Dead (Todo Mundo Quase Morto), um filme que misturava comédia romântica e zumbis. Pegg era o protagonista, Shaun, um sujeito desmotivado que precisa enfrentar o apocalipse zumbi com seu melhor amigo Ed (Nick Frost). O filme foi um sucesso estrondoso, elogiado por reinventar o gênero. Assim nascia a Trilogia do Cornetto, que ainda incluiria Hot Fuzz (2007) e The World’s End (2013), todos estrelados por Pegg, com direção de Wright e a parceria fiel de Frost.

Hot Fuzz: tiro, porrada e pipoca

Em Hot Fuzz (Chumbo Grosso), Pegg interpretava Nicholas Angel, um policial extremamente competente que é transferido para uma cidadezinha aparentemente pacata — mas que esconde um segredo sinistro. Era uma sátira genial dos filmes policiais americanos, repleta de ação e diálogos hilários. Pegg mergulhava de cabeça no papel, equilibrando o rigor do personagem com um senso de humor contido. O filme provou que ele não era apenas um comediante de um hit só, mas um criador com domínio total do ritmo e da linguagem cinematográfica.

De geek a ícone nerd global

Simon Pegg sempre foi um fã antes de ser astro. E em 2009, a fantasia virou realidade: ele foi escalado como Montgomery “Scotty” na nova franquia de Star Trek, dirigida por J.J. Abrams. Era o ápice da ironia: o fã assumia o comando da Enterprise. Seu Scotty era carismático, cômico e leal, uma atualização perfeita do personagem original. Pegg reprisaria o papel em Star Trek Into Darkness (2013) e Star Trek Beyond (2016), este último com roteiro coescrito por ele. A missão de honrar o legado nerd foi cumprida com paixão.

Missão: Impossível – a virada para os blockbusters

Pouca gente esperava que Simon Pegg se tornaria parte essencial de uma das franquias mais lucrativas do cinema. Sua estreia em Missão: Impossível III (2006), como Benji Dunn, um técnico da IMF, era para ser um papel menor. Mas seu carisma e tempo cômico conquistaram o público — e Tom Cruise. Desde então, Benji se tornou parte do time principal, aparecendo em Protocolo Fantasma (2011), Nação Secreta (2015), Efeito Fallout (2018) e Acerto de Contas (2023). Em meio a cenas explosivas, perseguições e tecnologia de ponta, Pegg se firmou como peça chave da saga.

A inteligência por trás da comédia

Muito além de apenas atuar, Simon Pegg sempre se envolveu criativamente nos projetos. Ele coescreveu Shaun of the Dead, Hot Fuzz e The World’s End com Edgar Wright, todos aclamados por crítica e público. Também escreveu para televisão e filmes, e até colaborou com roteiros de grandes estúdios. Seu senso de estrutura narrativa é preciso, com piadas que nascem de situações e personagens, e não apenas de diálogos rápidos. Ele escreve para emocionar, satirizar e, sobretudo, homenagear os gêneros que tanto ama.

Paul e outras aventuras intergalácticas

Em 2011, Simon Pegg e Nick Frost estrelaram Paul – O Alien Fugitivo, uma comédia sobre dois nerds britânicos que encontram um alienígena fumante e boca suja (dublado por Seth Rogen). A ideia era um tributo à cultura pop americana, misturando ficção científica e comédia. Pegg e Frost faziam o papel de fãs em uma road trip dos sonhos, visitando locais famosos da ufologia. Apesar de não ter sido um sucesso estrondoso de bilheteria, o filme consolidou o nome de Pegg entre os criadores de conteúdo nerd mais respeitados do planeta.

A ponte entre Reino Unido e Hollywood

Simon Pegg transita com facilidade entre produções britânicas independentes e superproduções de Hollywood. Enquanto arrasa em blockbusters, também participa de projetos menores, como Run Fatboy Run (2007) ou Man Up (2015), onde mostra sua veia romântica e vulnerável. É um ator que se adapta ao projeto sem perder sua essência. Essa flexibilidade o mantém em alta e relevante, mesmo duas décadas após seu surgimento. O segredo? Nunca perder o senso de humor e nunca esquecer de onde veio.

Amizades que duram uma vida

Pegg e Nick Frost formam uma das duplas mais icônicas da comédia moderna. A química entre os dois é palpável — tanto nas cenas quanto fora delas. Amizade de verdade, construída desde os tempos de Spaced, atravessou décadas. O mesmo vale para Edgar Wright, com quem Pegg mantém uma conexão criativa profunda. Eles criaram um estilo próprio: comédia rápida, emocionalmente sincera, cheia de referências e homenagens. Juntos, moldaram uma nova era da comédia britânica, com ecos em todo o mundo.

Superando desafios pessoais

Apesar da imagem sempre divertida, Simon Pegg lidou com desafios sérios, como o alcoolismo. Em entrevistas e em sua autobiografia Nerd Do Well (2010), falou com honestidade sobre seus períodos de depressão e ansiedade. O processo de sobriedade e autoconhecimento transformou sua forma de ver o trabalho, a fama e a vida. Essa sinceridade tocou fãs, mostrando que mesmo os ícones nerds têm suas batalhas. E que é possível enfrentá-las sem perder a alegria.

Dublagens, animações e videogames

Com sua voz distinta e timing perfeito, Simon Pegg também brilha no mundo das animações. Ele dublou Buck, a doninha caolha da franquia A Era do Gelo, personagem que retornou em vários filmes e até ganhou um spin-off: As Aventuras de Buck (2022). Também emprestou a voz para videogames e participou de produções como Boxtrolls (2014) e Nandor Fodor and the Talking Mongoose (2023). Seu alcance é enorme — da tela grande às vozes animadas, ele é uma presença constante.

Um nerd com orgulho

Simon Pegg nunca deixou de ser o nerd apaixonado por cinema e ficção científica. Ele não atua apenas nesses gêneros — ele os entende, os respeita e os transforma. Seja como roteirista, ator, produtor ou dublador, sua missão parece ser sempre a mesma: fazer entretenimento com inteligência, coração e referências que só os fãs mais atentos vão perceber. E mesmo assim, nunca exclui o público casual. É o equilíbrio perfeito entre piada interna e inclusão.

Pés no chão, cabeça nas estrelas

Mesmo sendo uma figura respeitada em Hollywood, Simon Pegg manteve os pés no chão. Discreto na vida pessoal, é casado desde 2005 com Maureen McCann e tem uma filha. Vive longe dos escândalos e mantém um perfil acessível nas redes sociais, sempre com bom humor e generosidade com os fãs. Ele não tenta ser uma celebridade — apenas um contador de histórias que ama o que faz. E é justamente isso que o torna tão querido.

O futuro segue promissor

Simon Pegg não mostra sinais de desaceleração. Além de novos projetos na franquia Missão: Impossível, continua envolvido em séries, filmes e dublagens. Seu nome é sinônimo de criatividade, leveza e autenticidade. Seja empunhando uma arma de brinquedo contra zumbis, programando a Enterprise ou soltando piadas em meio a explosões, ele sempre entrega. Pegg representa o sonho de todo fã: transformar o amor por histórias em uma carreira vibrante e honesta.