Circe
Publicado em Quarta-feira,

Mais informações sobre: Circe
Nascimento entre deuses e monstros
Filha do titã Hélio e da ninfa Perseis, Circe nasce em meio ao poder divino. Desde cedo, percebe que não pertence ao mundo dos deuses olímpicos nem ao dos mortais — seu destino seria único.
Descoberta dos poderes mágicos
Circe experimenta ervas e encantamentos até descobrir seu dom: transformar e dominar com palavras e poções. Com isso, se afasta dos deuses e mergulha nos próprios estudos, fascinada pela alquimia da natureza.
Transformação de Glauco
Apaixonada por Glauco, um pescador, Circe o transforma em deus marinho. Quando ele escolhe a ninfa Escila, Circe, tomada pelo ciúme, a transforma em um monstro — seu primeiro feitiço vingativo.
Exílio na ilha de Ea
Por sua magia perigosa e vingativa, Circe é banida para a ilha de Ea. Longe dos deuses, ela transforma a solidão em força, dominando completamente as artes da metamorfose e da feitiçaria.
Homens transformados em porcos
Marinheiros chegam à sua ilha e, após serem grosseiros e ameaçadores, Circe os transforma em porcos. Para ela, a transformação é justiça — revela o que há de animal nos homens que abusam do poder.
Chegada de Odisseu
Odisseu chega à ilha com sua tripulação. Hermes adverte o herói e lhe dá uma erva mágica. Imune ao feitiço, Odisseu confronta Circe, e ela, pela primeira vez, abaixa a guarda diante de um mortal.
Relação com Odisseu
Circe acolhe Odisseu por um ano. Durante esse tempo, compartilha cama, magia e sabedoria. É um raro momento em que a bruxa e o herói se encontram em igualdade e respeito mútuo.
Ajuda na jornada ao Hades
Antes de partir, Circe orienta Odisseu sobre como descer ao submundo. Sua magia agora é guia, não punição. Odisseu parte com conhecimento valioso, e Circe o observa, sabendo que não voltará.
Filhos com Odisseu
Circe tem filhos com Odisseu, incluindo Telégono. Embora o herói parta, o laço permanece. Ela cria o menino com misto de carinho e mistério, preparando-o para o mundo que há além da ilha.
Telégono e o destino de Odisseu
Telégono parte em busca do pai e, sem saber, mata Odisseu. Circe recebe o filho de volta e o ajuda a levar Penélope e Telêmaco à ilha. Ali, a feiticeira reinventa a própria família.
A rivalidade com Medeia
Circe recebe Medeia, sua sobrinha, fugindo com Jasão após o roubo do Velocino de Ouro. Desaprova o crime e purifica o casal, mas prevê sofrimento — suas magias espelham ambição e ruína.
Conselhos a Medeia e Jasão
Mesmo em desacordo com os métodos de Medeia, Circe a aconselha. Sabe que, como ela, Medeia carrega o fardo da magia e do amor ferido. Suas palavras são alerta e despedida.
Relacionamento com deuses menores
Durante o exílio, Circe interage com daimons, ninfas e espíritos da natureza. Seu conhecimento cresce e ela se torna referência entre seres mágicos, afastada dos deuses olímpicos, mas respeitada em segredo.
Aprendizado com Hécate
Alguns mitos dizem que Circe aprende diretamente com Hécate, deusa da bruxaria. Ela refina seus rituais, aprende a manipular sombras e passa a dominar até o tempo e o espírito dos mortos.
Feitiços de proteção da ilha
Com o passar dos anos, Circe transforma Ea em um santuário mágico. Cria barreiras, poções e encantamentos que repelem intrusos. Sua ilha se torna símbolo de liberdade — e aviso para quem ousa.
Nova união com Telêmaco
Em versões tardias, Circe se une a Telêmaco, filho de Odisseu. Juntos, governam Ea e transmitem seus conhecimentos. Circe encontra, enfim, equilíbrio entre amor e poder, longe da tragédia.
Transformação final de Circe
Em alguns relatos órficos, Circe abandona a imortalidade para viver como humana ao lado de Telêmaco. Em outros, se eleva como deusa plena da magia. Seja como for, encerra seu ciclo por escolha própria.
Legado como arquétipo da feiticeira
Ao longo dos séculos, Circe é relembrada como símbolo de poder feminino, independência e ambiguidade moral. Ela não é vilã nem heroína — é força natural, imprevisível, como o próprio mar.
Circe na literatura e arte moderna
Revivida por escritores como Homero e Madeline Miller, Circe ganha novas camadas. Sua história ecoa em poemas, romances e séries, mostrando que sua voz, por muito tempo calada, voltou para ficar.