Hades
Publicado em Quinta-feira,

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Nascimento entre os titãs
Hades nasceu de Cronos e Reia, sendo irmão de Zeus, Poseidon, Héstia, Deméter e Hera. Como os demais filhos, foi engolido por Cronos logo após o nascimento para evitar a profecia de que seria destronado por um dos filhos. Hades passou a infância no ventre do pai.
A libertação pelos irmãos
Zeus libertou Hades e os demais irmãos com a ajuda de Métis, que fez Cronos vomitar os filhos. Unidos, eles organizaram a revolta contra os titãs, dando início à Titanomaquia, a guerra que decidiria o destino do cosmos grego.
A guerra contra os titãs
Na Titanomaquia, Hades lutou ao lado de Zeus e dos deuses olímpicos. Ele recebeu dos ciclopes o elmo da invisibilidade, que usou para atacar os inimigos de surpresa. Sua astúcia e força ajudaram na vitória dos olimpianos e na queda dos titãs.
A partilha do mundo
Após a guerra, Zeus, Poseidon e Hades sortearam entre si o domínio do universo. Zeus ficou com os céus, Poseidon com os mares, e Hades recebeu o submundo. Embora seu reino fosse sombrio, Hades aceitou a decisão sem revolta e passou a governar com firmeza.
A construção do reino dos mortos
Hades estabeleceu sua morada nas profundezas da Terra, criando o reino dos mortos com rios como Estige, Lete e Aqueronte. Ele nomeou juízes das almas e permitiu que criaturas como Cérbero, o cão de três cabeças, guardassem os portões do submundo.
O rapto de Perséfone
Hades se apaixonou por Perséfone, filha de Deméter, e a raptou enquanto ela colhia flores. Levou-a para o submundo e fez dela sua rainha. O rapto causou um desequilíbrio no mundo, com a terra tornando-se infértil por causa da dor de Deméter.
A fúria de Deméter e a terra estéril
Ao perder Perséfone, Deméter, deusa da agricultura, entrou em profundo luto e parou de fazer crescer as plantas. A fome se espalhou entre os homens, e Zeus, temendo a extinção da humanidade, ordenou que Hades devolvesse a jovem à mãe.
O ciclo de Perséfone
Hades aceitou, mas antes deu a Perséfone uma romã do submundo. Como ela comeu algumas sementes, foi decretado que passaria parte do ano com a mãe e parte com o marido. Isso explicava as estações: primavera e verão com Deméter; outono e inverno com Hades.
O juiz das almas e senhor das sombras
No submundo, Hades se tornou o juiz final das almas dos mortos, auxiliado por Radamanto, Éaco e Minos. Ele mantinha ordem e impunha justiça entre os mortos, determinando destinos: os Campos Elísios para os virtuosos e o Tártaro para os condenados.
O desafio de Teseu e Pirítoo
Teseu e Pirítoo desceram ao submundo para raptar Perséfone. Hades fingiu receber os dois como hóspedes e os convidou a se sentar. Assim que se sentaram, ficaram presos para sempre em cadeiras encantadas. Apenas Teseu foi libertado por Héracles. Pirítoo ficou lá eternamente.
Héracles no submundo
Durante seu 12º trabalho, Héracles precisou capturar Cérbero. Hades permitiu a tarefa com uma condição: que o herói não usasse armas. Héracles enfrentou o cão com força bruta e o levou vivo à superfície, depois o devolvendo. Hades respeitou a coragem do herói.
O julgamento de Sísifo
Sísifo tentou enganar a morte duas vezes. Após sua segunda trapaça, Hades o condenou a empurrar uma pedra montanha acima por toda a eternidade. Sempre que a pedra se aproximava do topo, ela rolava de volta, reiniciando o castigo. Uma lição exemplar do submundo.
O castigo de Orfeu
Orfeu desceu ao Hades para resgatar sua amada Eurídice. Com sua música, comoveu até o implacável deus do submundo, que permitiu a saída de Eurídice — com uma condição: Orfeu não poderia olhar para ela até saírem. Ele olhou, e ela se perdeu para sempre.
O conflito com Asclépio
Asclépio, filho de Apolo, começou a ressuscitar os mortos. Isso enfureceu Hades, pois ameaçava o equilíbrio da vida e da morte. Ele pediu a Zeus que interviesse. Zeus matou Asclépio com um raio, reafirmando o domínio de Hades sobre os mortos.
O domínio incontestável
Diferente de outros deuses, Hades não buscava glória nem adoradores. Governava em silêncio, sem sair do submundo, mas todos sabiam seu poder. Com justiça e severidade, ele mantinha a ordem do pós-vida, sendo temido e respeitado tanto por mortais quanto por deuses.
O julgamento das Danaides
As cinquenta filhas de Dânao mataram seus maridos na noite de núpcias. Após a morte, foram condenadas no Hades a encher jarros furados com água por toda a eternidade. A punição exemplificava o castigo para quem violava as regras divinas e humanas.
A traição de Hipólito e o submundo
Fedra acusou falsamente Hipólito, que morreu tragicamente. Ártemis prometeu vingança, e Hades recebeu a alma do jovem em silêncio. O mito mostra como mesmo os justos podem cair, e o submundo de Hades era o destino inevitável, independentemente de culpa ou inocência.
O suplício de Tântalo
Tântalo foi condenado no submundo a ficar com sede e fome eternas, com água e frutos fora de alcance. Hades aprovava o castigo, pois o mortal havia ofendido os deuses. Seu sofrimento virou sinônimo de punição divina justa e eterna.
O banquete de Persefone e Adônis
Em alguns relatos órficos, Perséfone se apaixona por Adônis, que passava parte do ano com ela e parte com Afrodite. Hades aceita o acordo, desde que o ciclo fosse respeitado. Mais uma vez, ele mantém a ordem e o equilíbrio do mundo invisível.
O respeito por Hécate
Hades dividia com Hécate o domínio sobre fantasmas e magias ocultas. A deusa era uma das poucas que podia transitar livremente entre o mundo dos vivos e dos mortos, e Hades lhe dava carta branca para agir conforme sua vontade nas sombras.
A neutralidade nas guerras dos deuses
Durante conflitos como a Guerra de Troia ou a Gigantomaquia, Hades raramente se envolvia diretamente. Seu papel era receber os mortos — heróis, reis, soldados — sem favoritismos. Mesmo os maiores guerreiros encontravam fim em seu reino silencioso.
O limite imposto a Asfódelo
No submundo havia regiões distintas: o Tártaro, os Campos Elísios e o Campo de Asfódelo, onde ficavam as almas comuns, esquecidas. Hades mantinha essa divisão com rigor, garantindo que cada alma recebesse seu destino merecido, sem excessos de punição nem de glória.
A raridade de seus templos
Diferente de outros deuses, Hades quase não tinha cultos públicos. Os gregos evitavam dizer seu nome, chamando-o de Plutão (o Rico). Quando lhe dedicavam templos, faziam-no discretamente, temendo atrair sua atenção. Ele era o deus do silêncio — e da verdade inevitável.
A fusão com Plutão romano
Com a expansão do Império Romano, Hades foi associado ao deus Plutão, mais voltado à riqueza do subsolo. Seu lado sombrio foi suavizado, transformando-o em símbolo de abundância mineral e da estabilidade que vem do mundo abaixo da superfície.
A eternidade no submundo
Diferente de muitos deuses gregos, Hades não tem um fim ou morte clara. Ele permanece em seu trono sombrio, governando o mundo dos mortos até hoje nos mitos. Inflexível, justo e imutável, ele representa o destino que nenhum ser pode evitar.