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A Constelação de Virgem e as Idades da Terra

Publicado em Quinta-feira,

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personagem: Astreia, Zeus, Themis

Na vasta e rica mitologia grega, a história de Astréia e a constelação de Virgem estão profundamente entrelaçadas com as eras da humanidade. Astréia, filha de Zeus e Themis, é a deusa da inocência e da pureza, e sua jornada reflete as mudanças na condição humana através das Idades de Ouro, Prata, Bronze e Ferro. Esta narrativa não apenas explica a formação da constelação de Virgem, mas também nos oferece uma reflexão sobre a evolução moral e espiritual da humanidade.

A Idade de Ouro

No início da civilização, a humanidade viveu na Idade de Ouro, uma era de paz, prosperidade, harmonia e estabilidade. Este período idílico era caracterizado por uma primavera eterna, onde os homens conviviam harmoniosamente entre si e com os deuses. A natureza era generosa e abundante, proporcionando alimento a todos sem a necessidade de trabalho árduo. Não havia catástrofes, guerras ou crimes, e os seres humanos desfrutavam de juventude eterna.

Durante esta época, Astréia caminhava entre os homens, oferecendo-lhes conselhos e orientações sobre leis e justiça. Filha de Zeus, o Senhor do Olimpo, e de Themis, a deusa da justiça, Astréia era representada como uma jovem mulher carregando um ramo de trigo, símbolo da fertilidade e abundância da terra. Ela estava satisfeita e feliz com a tranquilidade e a paz que reinavam.

A Transição para a Idade de Prata e Bronze

No entanto, com o tempo, os homens começaram a se tornar gananciosos e egoístas. Zeus, desapontado com a degradação moral da humanidade, pôs fim à Idade de Ouro. Iniciou-se então a Idade de Prata, e depois a Idade de Bronze, onde a primavera eterna deu lugar a estações limitadas e a terra precisava ser cultivada e tratada para produzir seus frutos. A humanidade perdeu sua juventude eterna e começou a envelhecer.

Astréia, entristecida pelo comportamento dos homens, refugiou-se nas montanhas. Embora ela não tivesse abandonado completamente a humanidade, seu papel mudou. De lá, ela continuou a aconselhar e inspirar, ensinando aos homens novas habilidades como a caça e a agricultura. Mesmo assim, a pureza e a simplicidade da Idade de Ouro estavam desaparecendo.

A Idade de Ferro

Com a continuação da decadência moral, os homens tornaram-se belicosos, perdendo o respeito por valores como franqueza, honra e lealdade. Guiados pela violência e pela ambição, eles entraram na Idade de Ferro. Este período foi marcado por guerras constantes, crimes e um afastamento ainda maior dos princípios de justiça e equilíbrio.

Astréia, incapaz de suportar o sofrimento e a degradação da humanidade, pediu a Zeus para pôr fim à sua vida. Zeus, compadecido do sofrimento da filha, mas incapaz de remover sua imortalidade, tomou outra medida. Ele transformou Astréia na constelação de Virgem, colocando-a no céu para observar a humanidade de longe. Ao lado de Virgem, ele colocou a balança, símbolo da justiça, para lembrar aos homens que tudo na vida tem seu contraponto e equilíbrio.

O Significado de Astréia e a Constelação de Virgem

O mito de Astréia e sua transformação na constelação de Virgem nos conecta profundamente com a necessidade de organização e equilíbrio, não só material, mas também espiritual. Astréia simboliza a pureza e inocência perdidas da humanidade, bem como a simplicidade e a capacidade de fazer o bem. A presença eterna de Virgem no céu serve como um lembrete constante daquilo que a humanidade perdeu e do que pode ser recuperado.

Virgem é frequentemente associada à organização, pureza e perfeccionismo. As pessoas nascidas sob o signo de Virgem são muitas vezes vistas como meticulosas e detalhistas, características que podem ser interpretadas como um reflexo da tentativa de restaurar a ordem e a harmonia perdidas desde a Idade de Ouro. Esta neurose de organização não é apenas uma peculiaridade, mas uma manifestação do desejo profundo de trazer de volta a paz e a simplicidade de um tempo passado.

Conclusão

A história de Astréia e a constelação de Virgem é uma poderosa alegoria da evolução moral da humanidade e do eterno anseio por um retorno à pureza e à harmonia. A transição das Idades de Ouro, Prata, Bronze e Ferro ilustra como os seres humanos se afastaram dos ideais de justiça e inocência, e como a presença de Astréia no céu nos inspira a buscar a organização e a moralidade em nossas vidas. Este mito nos lembra que, apesar das falhas e decadência, a esperança e a possibilidade de redenção estão sempre presentes, aguardando o momento em que a humanidade possa novamente atingir a Idade de Ouro.